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Foto: David da Silva - 28.ago.2011 - O verso citado é trecho da canção "Balada número 7 para Mané Garrincha", composição de Alberto Luiz.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pavão, sinônimo de bom futebol e lealdade aos amigos

Reportagem de Bruno Freitas
UOL Esporte
Pavão e Nando - Foto: Bruno Freitas / UOL
Promissor lateral direito do célebre São Paulo de Telê Santana, Pavão recentemente voltou aos noticiários ao ser citado por Muller como seu único ombro amigo na crise que levou o tetracampeão mundial à beira da penúria. Apesar da amizade com o ídolo tricolor, o antigo camisa 2 protesta contra o que rotula como “portas fechadas” no Morumbi, lugar onde passou dez anos de sua vida esportiva.
Aos 37 anos, Pavão ganha a vida hoje em uma agenda intensa de partidas de equipes masters (veteranos). O ex-lateral também atua como observador de jovens jogadores em comunidades carentes de São Paulo, para encaminhamento a grandes clubes do país, como Bahia, Cruzeiro e Atlético-MG. No entanto, reclama de ser ignorado no Morumbi, onde acredita existir um esquema viciado de recrutamento de revelações de base.
"Com o São Paulo não tem abertura. O que parece é que eles têm um empresário fixo que leva jogadores para lá", afirmou Pavão em entrevista ao UOL Esporte.
"Eu deveria ter espaço lá, por toda minha história no clube. São dez anos de São Paulo, cinco na base e mais cinco como profissional. Mas as portas estão fechadas", acrescenta o ex-jogador, que apesar deste cenário se diz são-paulino e muito ligado ao clube e torcida.
Hoje, o elo de Pavão com os tempos de São Paulo se faz através da relação com Muller, principalmente depois do instante de drama pessoal do antigo menudo do Morumbi. No primeiro semestre deste ano, o ex-atacante tornou público seu momento de dificuldade financeira e a ajuda do antigo companheiro tricolor. O tetracampeão alega ter perdido praticamente tudo que ganhou na vida com mulheres, amigos oportunistas e luxos desnecessários.
"Eu acolhi ele, na boa. Ficou na minha casa quando não tinha onde ficar. Todos os feras viraram as costas para ele", diz Pavão sobre o amigo, que atualmente se reergueu após voltar a atuar como comentarista no Sportv.
"Ele me ajuda muito. Em qualquer evento que vai, diz: 'O Pavão vai comigo'. Treinava no juvenil e tinha ele como ídolo. Hoje o cara é o meu melhor amigo", emenda.
A gratidão a Pavão fez com que Muller chegasse até a reforçar o time de várzea em que o ex-lateral atua, em Taboão da Serra, também ao lado dos ex-corintianos Gilmar Fubá e Fabinho Fontes. Pavão ainda organiza e entra em campo pelas equipes masters de São Paulo e Corinthians (clube em que atuou na categoria infantil). "Neste mês a agenda estava lotada. Só não jogamos em duas datas", relata.

Melhor do Brasileirão/1995
Conhecido no futebol como Pavão, Marcelo Pereira Moreira teve início de carreira promissor pelo São Paulo. Foi reserva nos áureos anos de Cafu e figurinha carimbada na famosa equipe B da década de 90, batizada de "Expressinho".
Em 1994, após as negociações de Cafu e Vitor com o futebol estrangeiro, Pavão teve finalmente a chance de assumir a lateral direita do São Paulo. Naquele ano, se destacou no Campeonato Brasileiro e ganhou o prêmio Bola de Prata da revista Placar, como melhor jogador de sua posição.
Pavão valoriza seu auge técnico e diz ser grato à chatice Telê Santana em relação a treinos de fundamento. "Ele que me ensinou a bater na bola. Ficava treinando comigo na chuva. Me botou para estrear no profissional com 17 anos, em 1991. Para você ver a confiança que ele tinha em mim", recorda.

Ídolo na Áustria
Depois de viver os anos Telê, Pavão foi à Europa contratado pelo Tenerife, da Espanha, onde não chegou a ser aproveitado. O lateral acabou então repassado ao futebol austríaco, mesmo com a relutância a respeito de um campeonato desconhecido, jogado em temperaturas sacrificantes de até -15º. No entanto, foi pelo Áustria Lustenau que experimentou seu segundo grande momento na carreira.
"Não queria ir para lá, pensei que só tinha neve. Mas foi uma experiência muito boa. Cresci muito, aprendi a falar alemão", diz Pavão sobre os três anos na Áustria.
O ex-são-paulino ainda diz ter aproveitado intensamente o status de contratação mais cara da história do futebol austríaco na época. "Cheguei e todo mundo me conhecia. Todo mundo com foto minha para eu autografar. Nos jogos tinha umas duas mil pessoas com bandeiras do Brasil. O pessoal aplaudia por tudo. O time perdia e pensava que ia ser só pressão. Mas eles aplaudiam mesmo assim", descreve.
Após o bom momento na Áustria, Pavão retornou ao futebol brasileiro, mas não conseguiu engatar uma boa sequência. O ex-jogador diz ter tido azar na relação com gestores de carreira. "Parei de jogar meio cedo. Mas é que nunca tive um empresário fera. Só peguei filha da mãe. Me enganaram muito", desabafa.
No Brasil, o lateral ainda vestiu as camisas de Atlético-PR, Rio Branco-SP, Mogi Mirim, Atlético-GO e Treze, e parou de jogar em 2001, pelo Brasiliense. Depois, chegou a administrar uma concessionária de automóveis junto com o André Luiz, ex-lateral esquerdo de São Paulo e Corinthians.
 
Pavão no auge  - jogo São Paulo x XV Piracicaba, no Paulistão 1995 - Foto: Folha Imagem


Um comentário:

  1. Tive a oportunidade recentemente de conhecer o pavao, e desde ja observei sua pessoa um cara sem comentario, sem maldade; sem mascara,ajuda qualquer pessoa,tao simples que nem parece ex jogador;(o cara foi o melhor lateral de um brasileirao) ;e por onde passa deixa uma otima impressao ass volnei

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